top of page

Arranjos: Take on Me (por Abner Andrade)

Há algum tempo já venho investindo algumas horas dos meus dias em um novo (contraditório, não?) hobbie, que é arranjar músicas usando o software MuseScore, mas só há pouco tempo comecei a divulgar os trabalhos que tenho feito através de um canal no YouTube.


Inicio essa nova categoria de artigos no Aeroplane falando um pouco mais sobre o último arranjo feito, da música Take on Me, da grandessíssima banda norueguesa a-ha. A música foi lançada em 1985 no álbum Hunting High and Low e é um baita sucesso que dispensa apresentações.


Em geral, quando penso em arranjar uma música, já tenho a idéia básica na cabeça, ou seja, se será um solo de um instrumento, se será orquestrada, se será um arranjo para cordas e assim por diante, ficando os detalhes para o restante do processo criativo. Em relação a essa música, sabia que faria com alguns poucos instrumentos de orquestra para fazer a base harmônica e as partes das linhas melódicas.


Basear o ritmo e a harmonia em instrumentos de corda se mostrou uma boa opção, então foi por onde comecei. O violoncelo e o contrabaixo ditam esses elementos durante toda a música, iniciando logo na introdução. O famoso solo de teclado havia sido a princípio arranjado para harpa, como fiz no arranjo de Africa (a ser comentado aqui no site posteriormente!), porém o vibrafone se encaixou melhor na dinâmica da música, principalmente no breque antes da última estrofe, sendo então o instrumento escolhido para a famosa linha de solo.


Nas estrofes, a melodia do vocal é responsabilidade da flauta. Já no refrão, essa responsabilidade é repassada ao clarinete, tendo em vista o alcance vocal exigido nessa parte. O backing é feito então pela flauta (mais agudo) e pelo fagote (mais grave). A trompa aqui faz um contraponto harmônico sutil com a melodia principal, nada complexo.


Eis que chegamos ao ponto crítico da música, a ponte entre o segundo refrão e a terceira estrofe. O que fazer com o solo maluco dessa parte? Cheguei a cogitar escrever essa parte, mas desisti logo da idéia, não achei que ficaria bom. Então me vi diante do desafio de preencher essa parte de forma que não destoasse muito do restante da música e não ficasse maçante. Acho que supri bem coma harpa, que introduz a seção, e com a linha de trompa providencial. Em seguida o solo do início se repete com o contrabaixo marcando o tempo (eu achei que ficou legal!). Um outro diferencial na minha opinião é a linha crescente de trompa que incrementa a música depois que o violoncelo retorna do breque.


Os últimos destaques ficam por conta do oboé, que faz a segunda voz na linha principal do vocal no último refrão, e o final da canção. Eu confesso que prefiro a versão de rádio da música Take on Me, então optei por emular o final dessa versão, na qual ao invés da música se prolongar até o infinito com o volume abaixando gradualmente, a música cai bastante e abaixa o volume até o infinito (é, no fim das contas até que não é TÃO diferente da outra...). Lutei um pouco com o final, mas optei por fazer o mais simples possível, só com violoncelo e contrabaixo, exatamente como o arranjo começa.


Depois de tanta explicação, o melhor a se fazer é conferir por conta própria. Segue abaixo o vídeo postado no meu canal do YouTube, no qual pretendo sempre compartilhar os meus trabalhos. Abraço, até o próximo artigo sobre arranjos!


Abner Andrade



Ouça: Take on Me (arranjado por Abner Andrade)

Comments


Categorias
Artigos Principais
Check back soon
Once posts are published, you’ll see them here.
Artigos Recentes
Arquivo
Siga-nos
  • Facebook Basic Square
bottom of page