Conheça essa banda/Ouça esse álbum: Tigres de Bengala
Tentar ouvir todas as músicas e álbuns que entram no seu radar, em especial em tempos como os nossos de tenta facilidade e abundância de informação, além de ser uma empreitada de sucesso impossível, sempre se mostra uma experiência pouco producente e frustrante.
A arte de ouvir música de uma maneira "bem ouvida" passa necessariamente pelo desenvolvimento de "filtros" inteligentes, selecionando aquilo que será e o que não será apreciado, já que abarcar tudo é uma ilusão.
Nesse contexto, me chamam a atenção os critérios geralmente utilizados nesse processo. Na minha experiências, em geral eles giram em torno de conhecimento prévio do artista, gênero musical, expertise de quem indicou o álbum ou artista, valor histórico do trabalho etc.
Todos esses critérios são mais ou menos técnicos. Mas não todo o processo de seleção é feito assim. Muitas vezes decidimos ouvir certas músicas, álbuns e artistas por questões mais pessoais ou afetivas. Falando sobre isso, pra mim é bem interessante a sensação de ouvir algo que não era consumido há muito tempo. As redescobertas de tempos remotos, por meio da trilha sonora desses tempo, é algo bem legal.
Há algum tempo atrás pus-me a ouvir uma música que me lembro ter ouvido com alguma frequência pelos idos de 2007-2009. Trata-se da canção Agora ou Jamais. Descobri a canção por meio de um cabeleireiro de minha cidade, que possuía uma fita cassete com algumas músicas brasileiras, predominantemente da década de 80. Entre elas, a já citada. Durante os cortes de cabelos, lembro bem de ouvir músicas como, além dela, Quando Chove (Patrícia Marx), Amor Quente (Lela Badaró), além de canções do Kid Abelha, que agora não lembro.
Recentemente, pesquisando sobre a autora da Agora ou Jamais, descobri que ela fez parte do único álbum do projeto musical Tigres de Bengala, que recebeu o mesmo nome. O conjunto foi formado pelos músicos Ritchie, Cláudio Zoli (estes dois bastante conhecidos), Vinícius Cantuária, Dadi, Mú e Billy Forghieri.
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O álbum, lançado em 1993, possui 10 faixas e, ao longo de seus 39 minutos e 56 segundos, exibe uma fatia da boa música popular brasileira que dominou os anos 80. As composições, em geral, são boas, com arranjos e melodias interessantes.
Minhas lembranças também me dirigiram à faixa Só Eu e Mais Ninguém, também uma velha conhecida. Vai um destaque especial para a ótima Elefante Branco, a intimista Nessa Espera (com destaque para a intervenção das guitarras) e Arrastão (Ao Teu Lado), esta última com tempero nordestinos.
Vale dizer que gosto também da capa do álbum, que foge à regra de que encartes com fotos dos artistas são bregas.
Enfim, bom álbum. Boa Lembrança.
E, no mais, até a próxima!