Ouça esse CD: "Vivo", Joe Vasconcellos (1999)

Feliz Ano Novo e vamos a mais um disco.

Quem me conhece sabe que eu gosto muito de música latina, em especial os ritmos típicos e tradicionais da América Latina.

Esse gosto tem me proporcionado muitas sensações maravilhosas ao longo dos anos. Entretanto, reconheço, ele também guarda seus perigos. A "caricaturização" (se é que essa palavra existe) dos artistas "chicos" é um deles. Nos últimos meses tenho atentado para o fato (que não era anteriormente totalmente ignorado, mas um tanto quanto desprezado, de fato...) de que a música dos países latino americanos de fala espanhola não se resume à rumba, ao mambo e ao cha cha cha.

Nessa esteira, algumas boas descobertas têm vindo ao meu encontro (algumas delas vão pintar aqui em breve). Hoje quero me limitar a apresentar o excelente álbum ao vivo do chileno Joe Vasconcellos, Vivo.

Filho de uma chilena com um diplomata brasileiro, a vida nômade de Joe, que morou na Itália, Brasil e Chile, se revela em sua música e, em especial, no álbum em comento.

Gravado em 1999 na capital chilena, Santiago, o trabalho reúne 19 canções dos trabalhos de estúdio do artista até aquele momento, chamando a atenção a variedade de ritmos e gêneros abordados, todos eles com extrema qualidade e "latinidade".

As veias brasileiras de Vasconcellos aparecem em Huellas, Magico (canções nas quais o músico investe no axé baiano com propriedade), De Terror (onde um inesperado mangue beat recifense aparece) e na faixa bônus gravada em estúdio La Joya Del Pacífico, encerrando os trabalhos com um samba muito bem vindo.

Já as influências mexicanas aparecem logo nas faixas Ciudad Traicionera e Solo Por Esta Noche. O pop/soul/funk dá as caras em Una Fiebra e Blusa Transparente e, por fim, a boa e velha salsa marota dá o ar da graça em Quieto.