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Ouça Esse CD: Insano (por Esdras Andrade)

O reality show musical Superstar, cuja primeira temporada foi ao ar em 2014, na TV Globo, foi, sem dúvida, uma grande e necessária “respiração” da música brasileira “de massas”. Apesar de, entre as bandas que se apresentaram no programa não ter aparecido nenhuma nova Queen, nem nenhum ABBA redivivo, não há como negar que, no fim das contas, as bandas que chegaram à reta final do programa, de modo geral, estão musicalmente muito acima em relação às “preferências nacionais” atuais.

Destaco aqui 5 bandas que mostraram timbres notáveis no programa: Malta, a vencedora do programa (ainda que tal título não seja incontestável do ponto de vista musical); Suricato, que pra mim foi a grata surpresa do reality, já que dificilmente se poderia esperar uma banda de folk ganhando uma grande lista de ouvintes no Brasil; Bicho de Pé, a responsável pelos ritmos do Nordeste no programa, com desta que para os arranjos inovadores e os músicos impecáveis que compõem a banda; Soul Sesion, uma ótima banda de soul e funky que, infelizmente, foi precocemente eliminada do circuito; por fim, Jamz, uma ótima banda que mistura jazz, funk e soul, e que lançou seu primeiro disco, o Insano, no mesmo ano da apresentação do Superstar.

Jamz é formada por Will Gordon (baixo e vocal), Paulinho Moreira (guitarra), Pepê Santos (bateria) e Gustavo Tibi (teclados e vocal). O primeiro disco da banda, o Insano, é repleto de boas canções, muito embora a sensação final, ao ouvir o trabalho, seja a de que faltou investir um pouco mais pesado em pegadas mais firmes, com mais “groovão” mesmo, especialmente no que diz respeito à cozinha da banda (baixo e bateria), característica que marcou o grupo durante as apresentações no Superstar.

Ainda assim, algumas canções do disco merecem destaque. É o caso da ótima “Pra que parar”, um funk cadenciado e dançante, com destaque para a ótima guitarra de Paulinho. “Eu quero, eu gosto” é um soul funky bem interessante, com novo destaque para os riffs de Paulinho.

Os caras investiram, ainda, em três ótimos covers: “Something”, dos Beatles, que, pra mim, ficou melhor que o original (me perdoem os fãs do quarteto de Liverpool); “Everything I Own”, uma linda música de Bread; e “Rational Culture”, do ícone máximo da música nacional, Tim Maia (!!!).

No fim das contas, Insano é um bom exemplo da luz no fim do túnel para a música nacional de massas. É verdade que tem muita banda brasileira boa desconhecida do grande público mandando um som de alta qualidade por aí (cito aqui, de cabeça, Dibigode, Skamaleões, e Passo Largo, sendo que há tantas outras...). A temporada 2015 do Superstar vem aí e a minha expectativa é que a juventude brasileira possa engrenar com gosto em um processo contínuo de desintoxicação musical e cultural.

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