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Geral: Os bons morrem jovens (por Esdras Andrade)


Jimi Hendrix - Aeroplane

Um dos grandes mistérios da música consiste em explicar porque tantos músicos e bandas da mais alta estirpe encerram suas carreiras tão precocemente. As causas são as mais variadas: brigas, doenças, o advento de novas “modas” musicais, descuido com a própria carreira e, é claro, a morte. Seja pelo que for, poucas carreiras parecem ser tão efêmeras como a de músico.


Pense bem. Não é muito comum vermos músicos de sucesso alcançarem a velhice de maneira tranquila e, simplesmente, em determinado momento, decidirem se aposentar e curtir os netos. Não combina muito com a vida de músico. Sempre acontece algo fora do normal que faz com que a carreira musical não seja linear, ou seja, não siga rumos previsíveis.


Por que boas bandas e grandes cantores frequentemente têm carreiras meteóricas (tanto em brilho como em duração)? Acredito que não haja explicações plenamente satisfatórias, mas a melhor que ouvi veio do meu irmão, Abner Andrade, para quem uma das explicações está no fato de que, sendo a música produto do homem, ela deve ser efêmera, assim como a vida humana. Assim, a efemeridade da boa música serviria para nos mostrar o caráter passageiro de nossa própria existência.


Mas dentre todas as causas que encerram precocemente carreiras musicais muito promissoras, a morte é, seguramente, a mais trágica. Brigas, crises na carreira, problemas financeiros, etc... todos eles mantém acesa a chama da esperança do retorno dos bons tempos para todos os músicos. A morte não. Aliás, a morte parece realmente “gostar” de bons músicos, de artistas de verdade (quando adeptos da fuleiragem musical têm morrido ultimamente?). Como diria Renato Russo (logo ele...), “os bons morrem jovens”.


Listo aqui, portanto, 5 nomes que a morte nos levou cedo demais. 5 nomes que deram muito pouco do que poderiam dar à música. 5 nomes que jamais serão esquecidos.


  • Janis Joplin (Port Arthur, 19/01/1943 – Los Angeles, 04/10/1970). Janis Joplin é considerada, apenas, a maior cantora de Rock, Blues e Soul dos anos 60 e, ainda, uma das precursoras do chamado rock psicodélico. Influenciada por artistas como Aretha Franklin, Tina Turner e Billie Holiday, a cantora americana revolucionou a música de sua época. Entretanto, lançou apenas 4 álbuns: Big Brother and the Holding Company (1967), Cheap Thrills (1968), I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (1969) e o póstumo Pearl (1971), que foi o último álbum com participação direta da cantora. Adepta do movimento hippie dos anos 60, Joplin fez uso excessivo de álcool e drogas por anos, o que a fez morrer de overdose de heroína, com apenas 27 anos de idade;



  • Amy Winehouse (Londres, 14/09/1983 — Londres, 23/07/2011). Dispensa grandes apresentações, eis que é nossa contemporânea. Amy iniciou sua trajetória musical em pequenos clubes de jazz de Londres, até que em 2003 ela lançou seu primeiro álbum, Frank, bem recebido pela crítica especializada. Daí pra frente, a cantora londrina só arrebentou. O disco seguinte, Back To Black (2006), foi sucesso nas paradas e é referência em termos de álbum nos anos 2000. Em 2011, mais um bom disco: Lioness, Hidden Treasures. As drogas foram as algozes desta grande cantora, que foi encontrada morta em sua casa, tendo sido diagnosticado uso excessivo de álcool. Dona de uma voz contralto inconfundível, Amy Winehouse foi muito influenciada pelas cantoras de jazz das décadas de 40 e 60;



  • Selena Quintanilla (Lake Jackson, 16 de abril de 1971 – Corpus Christi, 31 de março de 1995). Selena Quintanilla foi uma cantora méxico-norte-americana, principal divulgadora feminina da música tejana. Ela lançou seu primeiro álbum aos 13 anos, em 1984, juntamente com a banda Los Dinos, intitulado “Selena Y Los Dinos”. Apesar de, ao longo da carreia, ter lançado 15 álbuns, sua carreira durou apenas 11 anos. Em 1995, Selena foi assassinada pela presidente de seu fã-clube, após descobertas de desvios de dinheiro da família da cantora, que teriam sido praticados por sua algoz. Selena é considerada o maior nome da cumbia, gênero latino nascido na região do México e no Texas, e tinha uma carreira promissora. Morta com apenas 23 anos de idade, ela já ganhara um Grammy Latino e se preparava para lançar seu primeiro álbum em inglês;



  • Champignon (Santos, 16 de junho de 1978 – São Paulo, 9 de setembro de 2013). Luiz Carlos Leão Duarte Junior foi um dos maiores nomes do contrabaixo no Brasil, ao menos na história recente do instrumento. Começou sua carreira ao 12 anos, na banda santista What’s Up. Depois, a convite de Chorão, integrou o Charlie Brown Jr., entre 1992 e 2005, período do auge da carreira do músico. Depois, integrou as bandas Revolucionnarios e 9 Mil Anjos, voltando para o Charlie Brown Jr. em 2011, permanecendo até 2013, quando Chorão Morreu. Champignon se matou com um tiro na cabeça em seu apartamento em São Paulo;



  • Jimi Hendrix (Seattle, 27 de novembro de 1942 – Londres, 18 de setembro de 1970). Hendrix é, simplesmente, o maior nome da história da guitarra no rock. E, certamente, está entre os primeiros do instrumento em todos gêneros. Ele já havia alcançado alguma fama na Europa quando se apresentou, em 1967, no Festival Pop de Monterey, ocasião na qual protagonizou o que foi, talvez, a maior apresentação ao vivo de um guitarrista em todos os tempos. A partir dali, Hendrix alcançou fama nos EUA e no mundo, tocando nos principais festivais de música do mundo e lançando discos com o seu conjunto, o Jimi Hendrix Experience. O músico americano morreu em 1970 em Londres, em circunstâncias até hoje não muito bem esclarecidas. Coma alcoólico e suicídio são as principais possibilidades.



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