Ouça Esse CD: Enter The Gate (por Abner Andrade)
Pessoalmente, tenho como a banda Narnia um achado único, apesar de ter conhecido a banda (involuntariamente) através de um amigo que, creio eu, não faz nem idéia disso; apesar disso, todo o meu apreço e gratidão (todo o meu axé) a você, caro amigo anônimo.
Narnia é uma banda sueca de heavy metal cristão formada em 1996 que mistura elementos do metal neo-clássico e power metal progressivo. E não se trata de mera coincidência: a temática da banda frequentemente se volta ao universo criado pelo autor irlandês C. S. Lewis. Neste artigo vou falar um pouco apenas do álbum que me introduziu à banda, o álbum Enter The Gate, de 2006.
Gosto muito do álbum, o que me fez gastar bastante tempo na escuta do mesmo durante a adolescência. Me traz aos ouvidos a sonoridade que o bom heavy metal deve ter, na minha opinião: riffs pesados, pedais duplos soando nos momentos exatos das músicas, vocal rasgado, solos oportunos, enfim, tudo o que o Narnia apresenta nesse álbum.
Ele já começa no vapor com Into This Game, uma das minhas preferidas com riffs pesados e half times, como diriam os meus amigos angolanos, muito “fiche”. Sem dúvida um dos pontos mais altos do álbum. Logo em seguida People Of The Bloodred Cross remonta ao som da banda nos álbuns mais antigos, num metal mais speed. Uma música muito bem feita e estruturada na minha opinião com uma linha melódica no estilo épico. A terceira faixa, Another World, é sem dúvida a que mais gosto. Num compasso simples, porém bem preenchido, a banda mostra porque é digna de ser apreciada. Destaque para o papel essencial do teclado, especialmente nos versos. E o break ao introduzir o refrão é simplesmente muito massa: “Just another day!”
Show All The World não é das melhores, na minha opinião, mas também não deixa a desejar. Baixo e bateria trabalham bem juntos no primeiro verso e refrão dessa faixa com eficiência e a guitarra se mostra bem versátil ao longo da música. A faixa homônima do álbum é uma das músicas mais interessantes: começa com uma entrada na bateria simples porém matadora e segue num compasso que me parece ser um 7/4. Vale a pena a conferida. Em seguida, Take Me Home reduz o ritmo do álbum mas sem perder o peso das guitarras. No final da música, uma levada de bateria e baixo que incorpora a guitarra no finalzinho.
This Is My Life é uma música direta, fácil de ser compreendida e às vezes pra mim soa como música de encher álbum. Nada excepcional. Aiming Higher é o último ponto alto do álbum da minha opinião. Mais uma vez os teclados se mostram essenciais nos versos a fim de introduzir um clima sombrio. A levada da música em half time no riff da introdução é muito boa e faz da faixa uma das melhores do álbum. The Man of Nazareth é a faixa mais progressiva do álbum e fecha o álbum com maestria. Destaque para as linhas de teclado durante toda a música e algo que soa como um triângulo (?) logo após o primeiro refrão. Talvez seja a música mais bem feita do álbum. A versão japonesa do álbum ainda conta com uma faixa extra (a qual não conhecia até fazer a pesquisa para este artigo) que não carece de comentários de tão insignificante.
Finalmente, este é um álbum que vale a pena ser escutado se você aprecia os gêneros do metal progressivo, speed metal e demais correlatos. Provavelmente escreverei sobre outros álbuns da banda posteriormente e uma boa notícia: a banda havia entrado em hiato em 2010, porém retomaram as atividades este ano. Espero que outros bons trabalhos como este estejam por vir.
Ouça:
Into This Game
Another World
Aiming Higher