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Conheça essa banda: Jamiroquai (por Kildery Rafael)

  • Kildery Rafael
  • Aug 30, 2014
  • 4 min read

Olá, me chamo Rafael, gosto de música, sei tocar triângulo, digo que quem não gosta de Jamiroquai bom sujeito não é, e o resto talvez não interesse tanto assim.


Jam Session é uma expressão que designa o tocar de improviso, sem saber ao certo no que vai dar. Tal prática é comum entre músicos dos mais diversos gêneros, mas é mais conhecida pelas execuções das vertentes de Jazz e Blues.


O povo Iroquoi era composto pela união confederada de várias nações, entre elas a famosa Cherokee. No dizer de Tiago Jokura, os Iroquois “formavam uma confederação de seis nações indígenas, vivendo democraticamente sob um mesmo governo. Mais tarde, Benjamin Franklin se inspirou no modelo da nação iroquois para elaborar a Constituição dos EUA”.


Com o conceito de Jam Session e da filosofia de vida do povo iroquoi, batizaram a banda mais famosa de Club Jazz do mundo. O “Jam” remete ao improviso e o “iroquai” ao povo homenageado. As vestimentas exóticas dos ameríndios foram marcantes para trazer Jay Kay aos holofotes no início da década de noventa, fazendo ainda com que a Jamiroquai fosse mais uma daquelas bandas em que se tem um cantor famoso e outros caras anônimos, meros acompanhantes.


Jamiroquai - Aeroplane

Filosofia de vida, ou tu achava que ele usa esse cocar só pela zoeira?


O primeiro disco da banda foi o “Emergency on Planet Earth”, que é repleto de nuances não encontradas na cena da época, que ainda estava assistindo a revitalização do rock trazida pelo Nirvana e demais bandas grunges. De repente era legal fazer uma música de qualidade com guitarras distorcidas, mas também era ótimo a pulverização dos gêneros, já que bandas de alta qualidade só eram vistas demonstrando toda sua técnica de baixo, metais e improvisação anos atrás, com a Disco Music, e isso fazia muita falta. Não por outro motivo, assim que emplacou o primeiro single, a Sony propôs contrato inédito para a gravação de oitos álbuns!


As faixas “When You Gonna Learn” e “Too Young to Die” foram colocadas como primeira e segunda, certamente, com a intenção de prender o ouvinte e fazê-lo ter vontade de ouvir todo o resto do álbum - que conta com apenas cinqüenta e cinco minutos de uma verdadeira aula para as bandas de grande sucesso atualmente, que prezam mais pela imagem – e certamente são as melhores músicas do trabalho, juntas com “Blow Your Mind”.


Conheci o Jamiroquai lá pelos idos de 2001, quando ouvi pela primeira vez a música “Corner of the Earth" do álbum “A Funk Odyssey”, álbum que concretiza o divórcio da banda com a exclusividade do som que os consagraram em 1993, incluindo faixas de música eletrônica, efeitos e distorções - visto que o Travelling Without Moving (1996) e o Synkronized (1999) já davam tímidas demonstrações dessa variação sonora que prefiro encarar mais como necessidade de mudança imposta pelo mercado fonográfico do que como maturidade - que se perpetuaria nos demais álbuns até o mais recente (2010). Sendo assim, já conheci a banda “desvirtuada” pelo mercado, o que tornou mais grata a surpresa de poder ouvir o passado virtuoso, simplista e orgânico da banda.


Com boas letras, pouco repetitivas, melodias agradáveis, instrumentos bem trabalhados, o conjunto da primeira obra transborda de jovialidade e entusiasmo dignos das mais apreciáveis jams sessions.


Na primeira faixa, como o single que conquistou o gosto do público antes da assinatura de contrato com a Sony, temos uma música cujo som é todo preenchido pelos metais e a batida incessante e bem ritmada com uma percussão sutil, que não deixa a bola cair. A música foi feita para dançar. Creio que alcançou seu objetivo.


A segunda faixa é a minha preferida. Sua pequena introdução é bonita na simplicidade da soma de violinos acompanhados por um teclado suave, metais e o poderio do contrabaixo com destaque, que é apanágio do Acid Jazz e que perpassa todo o trabalho da banda. Certamente é a melhor do álbum.


A terceira música possui uma introdução com requintes de improvisação. Cada instrumento começa fazendo o seu papel para no final completarem a estrutura necessária para que a música possa ser cantada. Começa com o sintetizador, depois a bateria e a percussão entram juntas, a guitarra vem em seguida, tímida, na base, seguida do contrabaixo e os metais. Quando por fim o vocal entra em cena, a música se mostra como uma grande jam session. Os elementos de Jazz e Neo Soul são bem perceptíveis. Me parece ser a música mais descompromissada do CD.


A partir da quarta faixa já dá pra se ter uma ideia global do trabalho. A presença dos metais, um baixo bem trabalhado, guitarra suave de base e vocal desinibido. Música bem feita e não fabricada, bem redondinha. E é justamente por isso que indico não só o primeiro álbum, que com certeza é um dos melhores que ouvi nos últimos tempos, como todo o trabalho da banda.


As diferenças entre os álbuns mais recentes e o primeiro não deixam a desejar. O trabalho do Jamiroquai tem perenidade constatada. A originalidade transparece nas letras e o swing do Funk, Disco, Jazz e Neo Soul, mostram que o clássico é atual e nunca pode ser abandonado.


Ouça:


1 - Seven Days In Sunny June;


2 - Too Young To Die;


3 - Rock Dust Light Star;


4 - Virtual Insanity;


5 - Cosmic Girl;


6 - Space Cowboy;


7 - When You Gonna Learn;


8 - Corner Of The Earth;


9 - Blow Your Mind;


10 – Little L.

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